Existe uma diferença clara entre falar com o povo e falar pelo povo. Jerônimo Rodrigues faz as duas coisas. Suas palavras não são ensaiadas, são experimentadas no corpo, na alma e na história. Quando falou em enterrar os tempos do bolsonarismo, deu voz ao que milhares de baianos e brasileiros sentem: o desejo legítimo de ver encerrado o ciclo da exclusão e da intolerância. Mas isso foi manipulado, como sempre fazem com quem ousa dizer o que outros apenas sussurram.
É curioso ver quem nunca se importou com as mortes reais, com os cortes em políticas públicas, com o abandono das periferias, agora fingir escândalo com uma metáfora. A fala de Jerônimo não era sobre pessoas — era sobre estruturas. Estruturas que matam em silêncio, todos os dias. Ele apenas verbalizou o que tantos sentem, mas não têm espaço para dizer.
Jerônimo Rodrigues é, talvez, o governador mais humano do Brasil. Governa com os pés no barro e o coração em Deus. Vai onde poucos têm coragem de ir, ouvidos atentos ao que o sistema insiste em ignorar. E por isso sua fala dói em quem nunca sentiu dor. Porque fala da necessidade de romper com o que desumaniza.
E romper é sempre violento — não porque incita, mas porque expõe. E Jerônimo expôs. Expôs o Brasil real. E foi julgado por isso.
